Mal necessário (*)
De comida, de carinho
De solidão, de caminho
Meu trajeto é solitário
E não ouço meu nome
Se num ato involuntário
Busco novas alternativas
Para encher meu armário
Aborto o plano embrionário
Retorno sem comitivas
Não compreensiva, à deriva
Torno-me meu adversário
Uma mulher tão figurativa
Que se esquivou vingativa
E com o olhar incendiário
Interrompeu o itinerário
Sempre atrás na defensiva
Compulsiva e concessiva
Nada festiva e contemplativa
Virei um mal necessário
sem data de aniversário
nem marca no calendário
Prossigo com muita fome
Do lado certo ou contrário
Grito com a voz passiva
Sem uma forma conclusiva
Sou a falta de vocabulário,
O dia nada extraordinário
O triste fim do salário
Sou a vida conformativa
Sem história consecutiva
ou a sentença conjuntiva
(*) márcia fernanda peçanha martins
Marcadores: Poemas
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