Água (*) (**)
Há água
brotando
de todos os cenários,
orifícios, bueiros, esgotos,
corpos boiando,
documentos destroçados,
casas e chãos barrentos.
Há água em
pingos
ou em modo torrencial,
castigando mendigos
e os que se acham nobres,
cai de forma acidental
com o aval de governantes.
Há água nas
lágrimas
que inunda os olhares
e entope as esperanças
as utópicas ou legítimas
não respeita os mares,
rios, lagos e riachos.
Há água que
alaga
corações já desgastados.
Há água que apaga
sorrisos tão apessoados.
Há água que desabriga,
desaloja, desassossega
e cala, mata, aniquila
o ser que ainda resistia.
(*) márcia fernanda peçanha martins
(**) escrito em maio de 2024 com o RGS alagado
Marcadores: Poemas
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