A Redenção ao alcance do lago
No espelho das suas águas,
calmas sem turbulência
e rebeldes pela audiência,
tudo é novidade.
Sentimentos já são mágoas.
Lembranças de sonhos adiados.
Sentam-se nos bancos alinhados.
Teve um brinquedo que caiu
e um gato que se espantou.
O barco de papel que partiu
e um biscoito que escorregou.
Amores coloridos na primavera.
Desencontros cinzentos no outono.
Sobrevivem abraçados e sem sono.
O menino entrou lago adentro
para afundar a vida abandonada.
A velha de óculos gastos sem nada
mergulha na água a mão enrugada.
Entregue à aventura todos os dias
e regado à adrenalina na semana.
De vez em quando, as águas arredias
imploram, com piedade, a redenção.
márcia fernanda peçanha martins
(poesia feita para a Exposição do fotógrafo David Nóbrega, confome convite abaixo, com inspiração na foto que ilustra o post)
Marcadores: Poemas
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