Do que eu posso (*)
com um jeito de rebolar
ou uma cruzada de perna.
Posso revirar tua vida
com mania de perguntar
ou uma noitada na taverna.
Posso sossegar teu dia
com um incenso a queimar
ou um cafuné nos cabelos.
Posso incendiar a noite
com um afago a arrepiar
dos ombros aos tornozelos.
Posso saciar a tua fome
com o feijão a esquentar
e o meu corpo para seduzir.
Posso cativar tua ternura
com a cadência ao embalar
o filho que não quer dormir.
E, apesar de tudo, te perder
no minuto em que revelar
a ousadia de me insurgir.
(*) Márcia Fernanda Peçanha Martins
Marcadores: Poemas
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