A noite dos meus fantasmas (*)
Nas noites frias
deixo as janelas abertas
para que meus fantasmas
possam abandonar meus braços,
visitar outros endereços
e invadir novas moradas.
Eles tentam entrar
nas emoções descobertas
para desenhar cicatrizes
de modo a provocar estilhaços
e colecionar indefesas
e fugazes apaixonadas.
Sapecas e brincalhões
eles despejam ofertas
de cenários de novelas
sem amores rasgados em pedaços
e dias e noites sem tropeços
temas de eternos namorados.
Ao amanhecer, retornam
aninham-se nas cobertas,
por vezes, acordo sobressaltada
com a sua pouca noção de espaços
e os seus trejeitos surpresos
de me encontrar tão desatinada.
(*) márcia fernanda peçanha martins
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