A chuva do passado (*)
faz renascer sentimentos de melancolia
em que a memória caminha pelo passado
para reviver cenários de felicidade à revelia
de qualquer desejo de rever o que já não é.
Lembranças desenham-se sobre o vidro
e num ato rápido e quem sabe impensado,
com urgência, decido abaixar as persianas
a fim de tentar interromper o desavisado
que insiste e quer invadir meus pensamentos.
Não quero visualizar os retratos de ontem
e não terá nenhum raio, trovão ou tempestade
capaz de reacender o que trago adormecido
e resguardado nas gavetas trancafiadas
para que não machuque meu projeto de futuro.
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