Ritual de pandemia (*)
Todo início de manhã
em tempos de pandemia
adoto o mesmo ritual
e refaço mentalmente
trajetos por onde andaria.
A fim de parecer normal
e não uma louca demente
que mescla apatia e euforia
porque não quer se entregar
ao cenário total de desespero.
Por vezes, é possível enganar
e sufocar um pouco a ansiedade.
Mas em outras não recupero
a fé e mergulho na calamidade
que o País inteiro quer apagar.
E ao anoitecer e o dia findar
alcanço uma certa tranquilidade
que tem seu caráter efêmero
uma vez que novo exercício
recomeçará na manhã seguinte.
(*) márcia fernanda peçanha martins
Marcadores: Poesias
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