Blog da Marcinha

Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!

15 setembro, 2009

O babado do You Tube (*)

A maior vergonha patriótica do Brasil que sobrevive e é feliz sempre foi a confusão que a grande maioria dos brasileiros faz quando necessita cantar o hino nacional. As margens plácidas do Ipiranga, que em 1822 já não se assustaram quando Dom Pedro I, gritou em brado retumbante, continuam calmas e apesar do tempo impiedoso, resistem à memória. Talvez nem tão despoluídas. E no começo da execução do hino nacional, todos entoam corretamente as primeiras estrofes. Até que muita gente movimenta apenas os lábios quando não sabe se é o Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, ou o Brasil de amor eterno seja símbolo.

Nós, jovens há mais tempo, talvez de tanto ler a letra impressa do hino nacional nas contracapas dos cadernos, possamos dizer que erramos menos. Ah, tá bom! E os jogadores de futebol, todos enfileirados, nas partidas da Seleção, que só mexem o maxilar ou desviam da câmera na hora fatal? Não adianta. Sempre há um tropeço. A letra do hino, de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada (Márcia também é cultura!), é linda, resplandecente e ostenta uma lista de palavras, cujo significado nem todos conhecem.

Tempo para aprender a letra, debulhar o seu significado, e saber onde é um raio vívido ou de amor eterno, todos brasileiros com mais de seis ou sete anos, tiveram e ainda tem. Desde 1º de setembro de 1971, quando se tornou oficial, é executado em sessões cívicas, eventos esportivos e demais cerimônias de cunho patriótico. É um hino fúlgido, formoso e idolatrado. Nem todos estas qualidades, no entanto, foram suficientes para que a cantora Vanusa, que gravou sucessos do desaparecido Belchior, na década de 70, um dos ícones da Jovem Guarda, errasse, da forma mais atrapalhada do mundo, a letra do hino.

Assim como Vanusa liderava o hit na década de 70, com suas músicas melosas, a versão desastrada que fez para o hino nacional, recheada de gafes, durante um evento promovido pela Assembléia Legislativa de São Paulo, em março, é o “babado” do momento na internet. No You Tube, não só ele tem sido um dos mais acessados, como já propiciou brincadeiras mostrando o professor da cantora, que erra mais do que a musa loira, e na rede, a explicação dela para os pequenos errinhos, atribuindo a uma automedicação para labirintite, beiram o limite do bom senso.

Se alguém é contratado para uma aparição pública e não se sente em condições de manter a apresentação, deve evitar o fiasco. Ao contrário, Vanusa, segundo notícia no portal Terra, link Divertimento, diz que está muito triste com a “repercução” do caso e que, em 40 anos de carreira, nunca passou por situação semelhante. Para ela, trocar, na quinta estrofe do hino, "és belo, és forte, impávido colosso", pela estrofe anterior "és belo, és forte, és risonho e límpido", foi um erro que não deveria comprometer a apresentação toda. Completamente fora do ritmo, ela insiste e segue trocando estrofes.

Depois disso, achar que o Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, de amor e esperança à terra desce, pode ter o mesmo significado que de amor eterno seja símbolo o lábaro que ostentas estrelado, é somente um detalhe. Eu erro, tu erras, ele erra. Mas, alguém contratado pelo portal Terra escrever repercução desta maneira, exigiria uma repercussão maior. E depois, não querem diploma.
(*) márcia fernanda peçanha martins

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