Enlutada (*)
Não cabe mais no meu cotidiano.
Não serve para ouvir meu desabafo.
E nem merece lágrimas derramadas.
Rápido, veste sua roupa de insano
e já começa a procurar
nas mesas, nos bares, nas baladas,
alguém novo para amar.
Não sabe que até o relacionamento
tem o rito do luto quando termina.
Nem imagina que eu ainda lamento
a sua ausência
tanta incoerência
pura incompetência.
Não vê sangrar o meu ferimento
quando sinto seu cheiro
a falta do seu tempero
o pijama no roupeiro.
Caminho enlutada pelo meu interior
e posso expor a última cicatriz.
Mas rejeito uma nova dose de dor
e me equilibro na vida por um triz.
(*) márcia fernanda peçanha martins
Marcadores: Poemas
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