E agora, Dedé
Nos primeiros meses do ano, escrevi aqui no Coletiva (***), na coluna intitulada “Dias melhores, dias de paz, dias a mais”, que um ano bissexto como o de 2008, teria sim dias muitos estranhos e imprevisíveis. Simples, uma folhinha a mais no calendário, na agenda, na programação. E, mais chance de reclamar, de brigar, de endividar-se e dizer “eu sabia que não ia dar certo”. Mas, iluminada pelos poderes da premonição (vejam só, poderia fazer aquelas previsões de final de ano para a grande mídia) também sentenciei que o dia a mais do bissexto poderia ser o atalho para o fermento da felicidade. Um dia a mais de coisas boas.
Valha-me Deus Nosso Senhor do Bom Fim! Não faça eu me contradizer com algum imprevisto que possa reverter minha euforia nos meses finais. Pois até o fechamento desta coluna (que coisa mais deadline e poderosa, perceberam?) o lado mais ocupado na contabilidade de 2008 é o positivo. Confesso que tentações para o mal não faltaram. Mas eu resisti e desafiei. Jamais desci dos saltos altos, mesmo que meus pés tenham tentado fugir do incômodo. Tudo pela elegância, diria minha grande e saudosa amiga Adri, “hoje nas Fortaleza”. Do meu ponto de vista, atingi um grau na vida que me permite conviver ou expulsar as coisas ruins.
Seja explícita Márcia Fernanda. Nem os embrulhos mais significativos foram suficientes para colocar tudo a perder, então pula esta parte. Como um ser totalmente equilibrado (que piada), no decorrer de 2008, tive um dia a mais para sorrir, abraçar os afetos, beijar familiares, acompanhar a evolução física e emocional da minha filha Gabriela Martins Trezzi, aplaudir as coisas certas de todos, rezar pelo bem do próximo e lembrar os amigos esquecidos de que ainda vivo. Como sei que historicamente assim caminha a humanidade, procurei enxergar mais o lado bom em tudo. Selecionar o prazer e “carpe diem”.
Quem pensa que enlouqueci (sou Napoleão), ou afundei no submundo das drogas (só os remedinhos de tarja preta), ou voltei a beber (nunca fui chegada) ou pedir a receita do chazinho que tomo matinalmente, não perca seu tempo! Se uma fórmula matemática existisse para a felicidade, eu não hesitaria em distribuí-la de graça. Mas, imbuída da auto-ajuda, passo algumas dicas para os leitores. A felicidade pode estar ao seu lado (não olha agora pro vizinho do ônibus ou lotação, por favor!). No encontro mágico, no entrelaçar de braços de seu filho, no dia de sol, no dia de chuva. Depende de como você quer a sua vida.
Com o tempo, a gente aprende que não é o vivemos que importa, mas o modo como escolhemos viver. E, sob este ângulo, um simples dia de chuva passa a ter um enorme valor. Podemos escutar o barulho dos pingos caindo, ficar um pouquinho mais na cama (acompanhada ou não) achar graça do motorista sem noção que não desviou da poça e molhou nossa roupa, programar um cineminha ou um DVD, comer pipoca ou tomar um vinho. Faça a sua festa. Quando se vive com intensidade, as emoções se potencializam. E, daí, bem o resto pouco importa. Só mesmo para os pequenos de coração!
O bissexto terá no encerramento a conclusão de Gabriela no Ensino Fundamental (prometi não vou chorar como na formatura da creche e conto com a ajuda da Nossa Senhora Protetora das Mães Emotivas). O segundo ano sem internação hospitalar (embora a doença me mantenha afastada do Correio do Povo), o carinho dos amigos de fé (Lili, Jorge, Soninha, Marcela, Neneca, Lessa e Carlinha, pela Saudosa Maloca). Ah, teve a encomenda de um sobrinho-neto. Quer mais? Os amigos que espero na sessão de autógrafos do livro coletivo “Antologia Poemas à Flor da Pele”, no dia 19, a partir das 19h, na Palavraria.
(*) bem, agora eu queria você aqui, Dedé, Dédi ou Luli
(**) márcia fernanda peçanha martins)
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