Blog da Marcinha

Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!

04 novembro, 2010

O preço da tal felicidade (*)


Desde pequena (e isto significa tempo) ouvir dizer que o dinheiro não compra felicidade. Que não adianta ostentar uma fortuna invejável e não ter amor. Que não é suficiente ganhar na Mega Sena sem esbanjar saúde. E nem receber uma herança familiar milionária sem ter com quem desfrutá-la. Como dizem que nada é tão relativo, um estudo feito nos Estados Unidos, descobriu que a tal felicidade dos mortais tem sim um preço. Aqui ou em solo norte-americano, com as devidas diferenças sociais e econômicas, a felicidade custa, em média, R$ 11 mil por mês.

Não se trata de um valor aleatório que a felicidade não é coisa para ser tratada sem precisão. Para saber como o dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados enorme nos Estados Unidos e concluíram que mais riqueza não significa, necessariamente, mais bem-estar e mais felicidade. E teve gente de nome envolvida no tal estudo. O Prêmio Nobel de Economia de 2002, Daniel Kahneman, coautor da pesquisa, diz que uma renda pequena potencializa dores emocionais relacionadas à divórcio, doença ou solidão.

Fica mais fácil ser feliz, conforme a pesquisa, quem é religioso, ganha mais de R$ 6.800,00 por mês, não é jovem, é casado, tem plano de saúde, filhos e curso superior. Exceto pelos três últimos itens, sou de uma infelicidade franciscana. E como tristeza pouca é bobagem, o estudo constatou que fatores como solidão, dor de cabeça, problemas crônicos de saúde, ser fumante, sustentar alguém da família, ser obeso e divorciado combinam perfeitamente com a infelicidade, em qualquer país. Deletando três itens desta lista de dissabores, sou uma pessoa extremamente infeliz.

Se você, assim como eu, concluiu, depois de conhecer os resultados do estudo, que é muito infeliz, não desanime. Antes de chegar ao fundo do poço e dizer que pesquisa é apenas amostragem e não vence eleição (porque as atuais são muito favoráveis as minhas escolhas políticas), saiba que você não está sozinho (ops, bingo da felicidade). No Brasil, apesar da aceleração do ritmo da redução da pobreza, existem atualmente 29,9 milhões de miseráveis (pessoas com renda familiar per capita mental de até R$ 137,00). Sem falar nos menos pobres, somos um País de infelizes.

Em resumo, o levantamento descobriu que o importante, para ser feliz, não é ser rico, mas sim não ser pobre. Fala sério. Que ter filhos traz felicidade. Mas muito mais feliz é aquele que tem plano de saúde e tem seus filhos sem entrar na fila do SUS. E mais feliz ainda é aquele que cultua alguma fé.

Querem saber? Apesar de pontuar muitos itens na lista da tal pesquisa, não me sinto uma pessoa infeliz por característica, nem em depressão fatal. E se tiver uma dor de cabeça, o incomodo será provisório, mesmo que necessite juntar os trocados para comprar remédios e mensalmente fazer sorteio das contas para pagar. Mas, como a fé remove montanhas, até para quem não a tem, acabo aqui a coluna bruscamente porque vou até ali no sofá ser feliz acarinhando minha filha. E, mais tarde, vou jogar na Mega Sena para tentar comprar produtos da minha felicidade.


(*) márcia fernanda peçanha martins

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