(*) Dentro de mim
Não tem mais lua cheia.
Nem voz para serenata.
E o ar ficou intolerável.
O cinema acabou.
Não tem bruxa ou sereia.
Nem verdade ou cascata.
Um enredo inexplicável.
A comida estragou.
Não sobrou uma migalha.
Nem restou a aguardente.
Venceu o lado apático.
O sexo estacionou.
Não sobreviveu à batalha.
Nem o ardor adolescente
reverteu o marasmático.
Se o carinho desandou.
Não há mais entrelaços.
Nem toques de ternura.
O deslumbramento se desfez.
É o fim. Não prosperou.
Não resistiram os abraços.
Nem bastou tanta candura.
Nada alterou toda insensatez.
Desapareça em recolhida
e saia rápido de dentro de mim.
Não posso abrir a guarida
com seu cheiro de botequim.
(*) márcia fernanda peçanha martins
Marcadores: Poemas
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