Retratos do passado (*)
repousa parte de um sorriso que se perdeu
e que não mais encontro em toda vizinhança,
nem no armário destaca-se diante de outro tom.
e os lábios eram entreabertos com facilidade,
sem que houvesse receio, temor ou angústia
de qualquer interpretação errada ou cobrança,
nenhum cenário que estragasse a felicidade.
sem nenhuma cicatriz que indique sofrimento
de momentos do passado, presente e futuro,
não traz estampada nenhuma nota de cobrança.
É um sorrir leve, vadio, solto ao sabor do vento.
e os dias e noites ocorrem sem marcas ritmadas,
deixando o pensamento virar sonho e vice-versa,
porque ainda não se carrega o peso da lembrança,
e as tristezas da rotina nem foram consumadas.
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