Blog da Marcinha

Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!

21 novembro, 2017

Poemas à flor da pele (*)

Trago hoje no meu corpo os sons de
rimas de amores, encontros e fantasias.
Mas não só isto. Revelo marcas na pele
como se fossem tatuagens ou alegorias
do que já vivi, viverei e até me expele
para a possibilidade de novo cenário.


Nas emoções, ainda exponho cicatrizes
dos sentimentos, partidas e desarmonias.
Tudo ainda sangra. Tudo é muito recente.
Reflexos de caminhos, acertos e deslizes.
Fotografias em branco e preto e em matizes
que acentuam os meus sinais à flor da pele.


Ás vezes, sou apenas um corpo sem emoção,
sem reflexo, sem vida, quase sem respirar,
outras sou apenas uma pele sem recheio,
quase desidratada, quase a se desmanchar.
Mas sempre e em qualquer situação,
sou toda, inteira, indiscutível, dos pés à cabeça
Mero esboço de um poema à flor da pele.

(*) márcia fernanda peçanha martins

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18 novembro, 2017

Nos lados da minha independência (*)


Nublou a manhã de quinta-feira
aqui pelos lados da Independência.
Ventos sacodem folhas sem simetria
e eu busco recuperar a inconsistência.

O cinza do céu pinta tudo de indecisão,
e uma brisa mesclada de outono e primavera
deixa oscilar os batimentos do coração,
na doce e remota sensação da tua espera.

Não sei se foram os ares da noite interrompida,
ou pequenos trovões que sugeriam o acolhimento,
mas sonhei com tuas mãos afagando minha vida

e amanheci refeita para tudo que se apresentará,
porque a imagem do teu beijo, teu afago e teu abraço
são os fermentos capazes de matar todo e qualquer cansaço.



(*) márcia fernanda peçanha martins

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05 novembro, 2017

Emoções na janela (*)


Pelos vidros semiabertos
espiam insensatos e corroídos
sentimentos prontos a entrar
para habitar meus desertos.
Não os convido a passar
e pressionar sinais doloridos.
Que invadam outros lares
e encontrem novos desafetos.
Nas minhas dores e emoções,
nas lembranças do que não fui
e na saudade do que vivi,
definitivamente, mando eu.



(*) Márcia Fernanda Peçanha Martins

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