Blog da Marcinha
Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!
Resquícios (*)
Há ainda o cheiro de
notas amadeiradas
do teu perfume.
A impregnar as roupas
no armário enfileiradas
de lembranças.
Há ainda aquele bilhete
com declaração de amor
nas folhas da agenda.
A marcar o início do
romance sem prefácio
sem enredo e legenda.
Há ainda teu sorriso
escancarado no retrato
que permanece na sala.
Há ainda em todos os cantos
da casa, do corpo, da vida
pedaços estilhaçados
da paixão que se acabou.
(*) márcia fernanda peçanha martins
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Cenário do sol (*)
Lá no horizonte
onde o sol se
esconde a cada
entardecer
descanso o olhar
de tanta desilusão.
Por mais que tente
não é possível
reduzir as dores e
nem esquecer
os dissabores do dia
e os golpes da paixão.
Displicentemente
relaxo o corpo
naquele cenário de
enternecer
e deixo que a imagem
leve qualquer peso
e me alivie para sempre
de quem nunca quis ser
(*) márcia fernanda peçanha martins
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Cheiros da primavera (*)
Este perfume singelo
de flores desabrochando
a saudar a primavera
é um bálsamo na rotina.
A brisa do vento fugaz
que estremece janelas
e desalinha meus cabelos
convida para os encontros.
Girassóis e margaridas,
incensos de madressilva,
um gim tônica ao entardecer,
um abraço afetuoso:
viver é sempre
o melhor exercício.
(*) márcia fernanda peçanha martins
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Alma (*)
No entardecer
a minha alma cansada
cedeu ao crepúsculo
e deu-se ao desfrute
de nada mais querer
Sem lembranças
a alma deitou sossegada
entregou-se ao minuto
de ausência oportuna
da falta de esperanças
Desligou-se
Apagou tudo
Saiu do corpo falecido
à procura de vida.
(*) márcia fernanda peçanha martins
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Amor sereno (*)
Teu abraço
é acolhimento
é encantamento
manhã de sol
nele eu me enlaço
Ao me envolver
esqueço de tudo
fico sem conteúdo
tarde de sossego
nela eu adormeço
Teu carinho
me afasta do tédio
é a dose do remédio
noite de surpresas
nele eu me aqueço
Ao me afagar
não há vida lá fora
não há sopro de vento
entrega desmedida
de um amor sereno.
(*) márcia fernanda peçanha martins
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