Blog da Marcinha

Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!

23 fevereiro, 2025

Afetos e plantas (*)



Todos os dias
regue bem os seus afetos
amacie a terra
que lhes sustenta
e deixe-os ao sol
Assim como as plantas
se não cuidadas
podem não sobreviver
e não desabrochar
não florir
e nem brotar sementes



(*) márcia fernanda peçanha martins

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14 janeiro, 2025

 

Lá bem adiante
onde a linha do horizonte
desaparece
encontro um caminho
Arrisco uns passos
ainda lentos e hesitantes
quando se descortina
uma nova possibilidade
O que posso perder?
O que posso ganhar?
Dúvidas que me assolam
mas vale a pena tentar
pisar fundo e acreditar
para mudar minha história


(*) márcia fernanda peçanha martins

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12 janeiro, 2025

Voo ao céu (*)

 

Desatar os nós
do que já doeu
e lançar-me
sem medo e pudor
às novas aventuras.
Curar cicatrizes
que ainda sangram
e acreditar que
machucados de agora
irão arder menos.
Pular obstáculos
como se brinca
de amarelinha
e logo sem esforço
alcançar o céu.


(*) márcia fernanda peçanha martins

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o cheiro do teu suor
ainda exala
nas minhas frestas
forte
aromático
impregnante
dá a impressão
de que jamais saístes
do meu corpo
as marcas seguem ali
sinto tuas pernas
se cruzando
enlaçando as nádegas
e o momento do orgasmo
derradeiro
intenso
arrebatador
em dúvida penso
que não partistes
que ainda estás
mesmo que não estejas


márcia fernanda peçanha martins

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Sossego e rebeldia (*)

 

Teu corpo delineado
é um palco perfeito
para meu cansaço
e também para aventuras.
Nele, faço moradia,
me encolho e me ajeito
à espera do abraço,
beijos e mais carinhos.
Espalho meus cabelos
de um modo suspeito
para que os cachos se
enrolem em tuas mãos.
De dia, uso de pousada,
é cenário onde aproveito
para o sossego, o desleixo
capaz de aliviar a alma.
De noite, ele é rebeldia
onde sou plena sujeita
das artimanhas sensuais
que se arrebentam de prazer.


(*) márcia fernanda peçanha martins

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Rotina de descanso (*)



Deita teu corpo no sofá
e descarrega o peso da rotina
nas almofadas em tons pastéis.
Apaga a lista de problemas
e me olha como se uma menina
fosse a única dona dos teus papéis.
Descansa as pernas no divã
e deixa as dores das idas e vindas
no encosto de cores escarlates.
Tira da agenda o desencontro
e enquanto a noite ainda não finda
torna-me prêmio dos teus embates.
Sossega os cachos no meu colo
e espalha tuas mechas no travesseiro
onde um dia sonhaste inconsciente.
Dispa-se de todos os medos
e aceita meu coração como parceiro
nesta nova jornada de corpo e mente
.

(*) márcia fernanda peçanha martins


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Perto e longe (*)



Sem nenhuma pretensão
te deixei entrar e ocupar
cantos vazios da minha vida
e se alojar no meu coração.
Lotou os meus armários
com roupas novas e surradas
e remexeu em recordações
escondidas nos mobiliários.
Fez juras de amor eterno
e prometeu fidelidade
dedicar seu tempo e atenção
mantendo-se sempre perto.
Cativante, apaixonante,
charmoso e envolvente.
Foi se tornando essencial
e indispensável na minha rotina.
Um dia, assim do nada,
sem motivo nenhum aparente,
sem brigas, sem explicação
sumiu rápido pela estrada.


(*)  márcia fernanda peçanha martins

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08 janeiro, 2025

Detalhes (*)


 

Explorei com calma
detalhes do teu corpo
como se desbravasse
uma floresta deserta.
Sem coadjuvantes,
sem testemunhas,
como se penetrasse
numa fresta entreaberta.
Agarrei teus braços,
me enlacei em tua cintura,
e provei o sabor agridoce
de cada dobra e cada ruga
como se enlouquecesse.
De alegria, de surpresa,
de emoção e muito tesão.

(*) márcia fernanda peçanha martins
 

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De vez em quando
te sinto tão presente
pulsando
argumentando
como se nunca
tivesses partido
De vez em quando
até ouço a tua voz
tua gargalhada
teus soluços
como se ainda ao
meu lado estivesses
De vez em quando
juro sentir tua mão
acalentando
acalmando
como se jamais
tivesses deixado
de aqui esta
r

 

márcia fernanda peçanha martins

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Água (*) (**)

 

Há água brotando
de todos os cenários,
orifícios, bueiros, esgotos,
corpos boiando,
documentos destroçados,
casas e chãos barrentos.


Há água em pingos
ou em modo torrencial,
castigando mendigos
e os que se acham nobres,
cai de forma acidental
com o aval de governantes.


Há água nas lágrimas
que inunda os olhares
e entope as esperanças
as utópicas ou legítimas
não respeita os mares,
rios, lagos e riachos.


Há água que alaga
corações já desgastados.
Há água que apaga
sorrisos tão apessoados.


Há água que desabriga,
desaloja, desassossega
e cala, mata, aniquila
o ser que ainda resistia.
 

(*) márcia fernanda peçanha martins

(**) escrito em maio de 2024 com o RGS alagado




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05 fevereiro, 2024

Ao meu lado (*)


No meu coração,
às vezes, juro escutar
os batimentos do teu
como se ao meu lado
tu ainda estivesses.
No meu planejamento,
teus palpites me invadem
e te incluo em muitas tarefas
como se ao meu lado
tu ainda estivesses.
Nas noites de insônia,
sinto tua voz a acalmar
as angústias e os medos
como se ao meu lado
tu ainda estivesses.
Ao despertar nas manhãs
preparo o café para dois
na temperatura do teu gosto
como se ao meu lado
tu ainda estivesses.
Será que partistes?
Será que voltarás?
Será que um dia,
mesmo que num futuro
bem distante, lá no horizonte,
me acostumarei com tua ausência?

(*) márcia fernanda peçanha martins

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Testamento (*)


Daqui eu só levo
o que traz alegria
e me faz evoluir.
Carrego sossego
muita paz e harmonia
para poder seguir.
Abraço as companhias
escolho meus abrigos
e o que me faz sorrir,
Afago meus amigos
seleciono os encontros
e quem irá persistir.
Beijo meus amores
nos bares, nos cantos
e onde a boca alcançar.
A vida é só uma
e essa é só minha.
Eu escrevo a história.
O que importa é o instante.

(*) márcia fernanda peçanha martins

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24 janeiro, 2024

Resquícios (*)

 

Há ainda o cheiro de
notas amadeiradas
do teu perfume.
A impregnar as roupas
no armário enfileiradas
de lembranças.
Há ainda aquele bilhete
com declaração de amor
nas folhas da agenda.
A marcar o início do
romance sem prefácio
sem enredo e legenda.
Há ainda teu sorriso
escancarado no retrato
que permanece na sala.
Há ainda em todos os cantos
da casa, do corpo, da vida
pedaços estilhaçados
da paixão que se acabou.

(*) márcia fernanda peçanha martins


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Cenário do sol (*)

 

Lá no horizonte
onde o sol se
esconde a cada
entardecer
descanso o olhar
de tanta desilusão.

Por mais que tente
não é possível
reduzir as dores e
nem esquecer
os dissabores do dia
e os golpes da paixão.

Displicentemente
relaxo o corpo
naquele cenário de
enternecer
e deixo que a imagem
leve qualquer peso
e me alivie para sempre
de quem nunca quis ser

(*) márcia fernanda peçanha martins

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22 janeiro, 2024

Cheiros da primavera (*)



Este perfume singelo
de flores desabrochando
a saudar a primavera
é um bálsamo na rotina.
A brisa do vento fugaz
que estremece janelas
e desalinha meus cabelos
convida para os encontros.
Girassóis e margaridas,
incensos de madressilva,
um gim tônica ao entardecer,
um abraço afetuoso:
viver é sempre
o melhor exercício.

(*) márcia fernanda peçanha martins

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Alma (*)


No entardecer
a minha alma cansada
cedeu ao crepúsculo
e deu-se ao desfrute
de nada mais querer
Sem lembranças
a alma deitou sossegada
entregou-se ao minuto
de ausência oportuna
da falta de esperanças
Desligou-se
Apagou tudo
Saiu do corpo falecido
à procura de vida.

(*) márcia fernanda peçanha martins

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Amor sereno (*)

 

Teu abraço
é acolhimento
é encantamento
manhã de sol
nele eu me enlaço
Ao me envolver
esqueço de tudo
fico sem conteúdo
tarde de sossego
nela eu adormeço
Teu carinho
me afasta do tédio
é a dose do remédio
noite de surpresas
nele eu me aqueço
Ao me afagar
não há vida lá fora
não há sopro de vento
entrega desmedida
de um amor sereno.

(*) márcia fernanda peçanha martins

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