A criança da imaginação
Serena, tranqüila e sem sobressaltos.
Vez em quando, sapeca, ela aparece
e faz uma bagunça no meu cotidiano.
Pequena, rodopia sob meus segredos.
Atrevida, expõe meu lado mais insano.
Entra nos armários e desengaveta medos
e remexe sem nenhuma dó nas cicatrizes.
Descoberta, ela esconde-se pelos cantos.
Veste-se de roupas de diversas matizes.
E, se lhe enfrento, a menina cai em prantos.
Como se ainda fizesse parte daquele mundo.
À noite, ela passeia nos meus sonhos faceira.
Sem permitir que meu sono seja profundo.
E, como se me revelasse um segredo sorrateiro.
Fecha a porta da minha imaginação pueril.
márcia fernanda peçanha martins
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