Blog da Marcinha

Ao postar emoções, medos, sensações e utopias aqui, através de fotos, pensamentos, crônicas, artigos e poesias, entrego a vocês um pedaço enorme do meu coração, por vezes ferido, outras alerta ou contente. Use com moderação!

27 julho, 2008

Homenagem à Avó que eu não tive

Vovó

Suave, quase sossegada,
ela repousa.
Não abre mão da sesta
e nem do café da tarde.
Carinhosa, quase apegada,
ela se divide.
O sinal franzido na testa
é um apito, um alarde.
A vovó de muitos netos
emoldurada pelas lembranças,
arrasta seus chinelos
à procura das crianças.


márcia fernanda peçanha martins

13 julho, 2008

Imagem e poesia

Gente
O convite do post abaixo
Apareçam
O verso vai passear sem medo e o afeto, mercadoria rara, aparece sem segredo

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As caras de Porto Alegre

Família, Amigos, Maloqueiros, Colegas, Companheiros de militância e sindicato, leitores, editores (hehehe)
Em 2008 redescobri, em decorrência de mais tempo livre ou de inspiração mesmo, a poesia que há em minha vida.
Vejo rimas alegres e possíveis na convivência diária e amorosa com a minha filha Gabriela. Costuro rimas insanes e cruéis nos meus desencontros com o sexo masculino. Escolho rimas arrepiantes e quentes para falar da sensualidade que transpira em meus poros. Dedico rimas eternas e agradecidas a todos que me acompanharam, me acompanham ou ainda me acompanharão nos passos que ainda farei no trajeto da vida.
Assim, já participei de 2 E-books (livros virtuais), quatro saraus poéticos, sendo um no palco, dei entrevistas na rádio, e lanço, em conjunto com o povo da Poemas À Flor da Pele, comunidade do Orkut que me proporcionou isto e me afagou, uma antologia poética. Por isso, resta-me agradecer estar viva. Sempre. Todo novo dia é uma vitória. E agradecer ter amigos, sem os quais o novo dia seria incolor.
Uma das amigas do Overmundo, a overmana Letícia Coelho, a Tita, parceira de saraus, convidou eu e mais três poetas para junto com ela e Marcos Pontes fazer poemas sobre as fotografias de David Nóbrega, de São Paulo, que fotografou Porto Alegre. Resultado: uma exposição no dia 19, mas os convites se perderam na greve dos correios. Ficarei feliz com a presença de vocês lá, dia 19 de julho, às 19h30min, no Centro Cultural da CEEE Erico Verissimo, na Rua dos Andradas, 1223. Entrada é franca. E o carinho explícíto.

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Jornalista por Formação. Diploma Já

Essencial para a profissão. Melhor ainda para a sociedade.
Depois de uma longa tramitação o processo - (RE) 511961 - que questiona a exigência da formação específica para o exercício do Jornalismo entrou na pauta do Supremo Tribunal Federal e ainda este ano deve ser finalmente julgado. É, com certeza, o momento mais importante nesta longa guerra de exatos 70 anos em defesa da regulamentação profissional dos jornalistas.
É importante esclarecer: Defender que Jornalismo seja exercido por jornalistas está longe de ser uma questão unicamente corporativa. Trata-se, acima de tudo, de atender à exigência cada vez maior, na sociedade contemporânea, de que os profissionais da comunicação tenham um alto nível de qualificação técnica, teórica e principalmente ética.
Grandes empresas de comunicação não admitem a possibilidade de uma profissão organizada e regulamentada e por isso recorreram à Justiça. O ataque à profissão jornalística é mais um ataque às liberdades sociais, cujo objetivo fundamental é desregulamentar as profissões em geral e aumentar as barreiras à construção de um mundo mais pluralista, democrático e justo. A Constituição ao garantir a liberdade de informação jornalística e do exercício das profissões, reserva à lei dispor sobre a qualificação profissional. A regulamentação das profissões é bastante salutar em qualquer área do conhecimento humano. Impor aos profissionais do Jornalismo a satisfação de requisitos mínimos, indispensáveis ao bom desempenho do ofício, longe de ameaçar a liberdade de Imprensa, é um dos meios pelos quais, no estado democrático de direito, se garante à população qualidade na informação prestada.
Desse modo, qualquer tentativa de revogar essa norma sob a alegação de inconstitucionalidade, mal disfarça o objetivo de banalizar a profissão e permitir ao patronato da comunicação social desmobilizar a categoria dos jornalistas e rebaixar o nível salarial, tudo em prejuízo da qualidade da informação prestada à sociedade.
A existência de uma Imprensa livre, comprometida com os valores éticos e os princípios fundamentais da cidadania, portanto cumpridora da função social do Jornalismo de atender ao interesse público, depende também de uma prática profissional qualificada. A melhor forma, a mais democrática, de se preparar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em Jornalismo.
O fim da exigência da formação específica fere frontalmente a sociedade em seu direito de ter informação apurada por profissionais, com qualidade técnica e ética, bases para a visibilidade pública dos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas, atacando, portanto, o próprio futuro do país.
Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos de interesses privados e motivações particulares. Os brasileiros e, neste momento específico, os Ministros do STF, não podem permitir que se volte a um período obscuro em que existiam donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, de todos os cidadãos
(*Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj)

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10 julho, 2008

Maria Helena

Vou deixar aqui uma poesia da
portuguesa Maria Helena, interpretada por mim nos Saraus da Poemas À Flor da Pele

Esperança

Não! A gente não morre quando quer,
Inda quando as tristezas nos consomem.
Há sempre luz no olhar de uma mulher
E sangue oculto na intenção de um homem.

Mesmo que o tempo seja apenas dor
E da desilusão se fique prisioneiro.
Vai-se um amor? Depois vem outro amor
Talvez maior do que o primeiro.

Sonho que se afogou na baixa-mar,
De novo há de erguer, cheio de fé,
Que mesmo sem ninguém o suspeitar,
Volta a encher a maré.

Não penses que jamais hás de achar fundo
Nem que entre as tuas mãos não terás outra mão.
Pode a vida matar o sonho e o sol e o mundo,
Mas não nos mata o coração.

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